GERAÇÃO PRÉ-ADÂMICA

quarta-feira, 13 de junho de 2012

ENTÃO VOCÊ É UM (A) PASTOR (A)?? SEI!!

Boa resposta de um pastor ao ser perguntado: O que tenho que fazer pra ser um Pastor?


Carta:

DEUS tem um propósito em minha vida: Me fazer um Pastor.
O que tenho que fazer pra ser um Pastor?


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Resposta:
Querido irmão,


A Palavra do Senhor nos ensina que quem almeja o episcopado, excelente coisa deseja. No entanto, o apóstolo nos dá instruções sobre este ministério e nos alerta contra a soberba além de tecer comentários sobre o risco dos novos na fé que almejam tal trabalho.

O que digo a você é que o ministério pastoral não se resume às pregações no domingo e às homenagens e carinho da congregação. É muito mais árduo do que isto.

Infelizmente, no mundo atual, o desejo de ser pastor tem significado desejo por status. Pessoas vêem o chamado pastoral como possibilidade de ascensão social, para conseguirem o sonho de serem valorizados e respeitados pelas pessoas, ou poderem colocar seu ponto de vista e serem seguidos. Querem ser líderes e, movidos por este desejo, se lançam ao pastorado ou são críticos em relação ao ministério ou ao pastor que os lideram e julgam que podem fazer melhor se as coisas forem do seu jeito.

Todas estas motivações são equívocos movidos pela vaidade humana ou pelo engano das trevas. Ser pastor só pode ser verdadeiramente segundo a vontade de Deus se for motivado pelo amor. Amor pelas almas, amor pelas pessoas, amor por Deus.


Ser pastor é saber que estará nos velórios chorando com os que perderam, pelos que se divorciaram, pelos que caíram, pelos desiludidos, pelos que sofreram violência, pelos excluídos, humilhados e angustiados. Muitas vezes colocando sua própria fé a prova por não saber como responder às tragédias da vida. É estar disposto a plantar seu joelho no chão, com lágrimas, intercedendo com a boca no pó por pessoas que mal conhece, mas que Deus derramou em você um inexplicável amor. É abrir mão de seus planos pessoais para estar na casa de desconhecidos, muitas vezes de difícil acesso em áreas paupérrimas, falando do amor de Deus. É entender e acolher pessoas magoadas que te olharão com desconfiança. É estar disposto a abrir mão do seu conforto e ir atrás de uma única ovelha perdida e, não raro, difícil de lidar. É jejuar, às vezes por dias, por pessoas que talvez nem sequer lhe digam “obrigado”.

Muitas vezes somos ofendidos, desprezados, perseguidos e mal interpretados. Ser pastor de verdade é acolher um ministério de lágrimas. É ser louco por causa de Cristo, para que outros sejam sábios em Cristo; é fazer-se fraco, para que outros encontrem fortaleza; é ser desprezível, para que suas ovelhas alcancem nobreza. É se afadigar por amor às ovelhas, sem saber se haverá recompensa. É bendizer quando se é injuriado; é suportar perseguição e interceder pelos perseguidores; é procurar conciliação, mesmo sendo caluniado.

Infelizmente não tem sido isto que tenho visto nos ministérios de hoje. Eu vejo muitos mais pastores verdadeiramente chamados por Deus entre obreiros, líderes de departamento e professores de EBD. Anônimos que se entregam e sacrificam, se desdobrando para atender as necessidades de sua família, o zelo e cuidado pelas ovelhas do Senhor, e ainda o trabalho secular. Gente que abre mão de si mesmo e muitas vezes até de sua saúde por amor às ovelhas do Senhor, mesmo sem reconhecimento algum. Vejo muito mais pastores entre estes valentes obreiros e obreiras do que na maioria dos nossos púlpitos.

As igrejas têm muita culpa neste processo. Não avaliam pelo cuidado e humildade que o candidato a pastor tem em relação às pessoas e às coisas de Deus. Avaliam apenas a inteligência, a eloqüência e a liderança conforme os moldes do mundo e não segundo a Palavra que nos ensina que o líder é aquele que lava os pés dos seus liderados. Na imensa maioria das igrejas, qualquer jovem inteligente e que pregue bem, vira estrela e logo é cotado para o ministério pastoral. Neste ambiente é claro que só podemos gerar pastores com problemas de ego. Os verdadeiramente chamados ou ficam de fora, ou são exceção.

O que vejo são pastores que se consideram super-homens. Arrogantes, prepotentes, manipuladores, intolerantes, sem convicções de amor e zelo, homens que são glorificados por homens, gente que faz uso do ministério para seu próprio benefício. Gente que gosta de mandar, de dominar, de determinar e que usa o ministério para tentar impor suas vontades e visão de mundo, às vezes até violando a própria Palavra de Deus.

Se este for o seu caso, eu lhe imploro por amor a Deus e ao Evangelho que desista desta empreitada, já tem gente demais fazendo isto, o Evangelho não precisa de mais um que infame o Caminho. Nós, aqui no Fruto do Espírito, temos sofrido as conseqüências disso, são muitos os que, por não terem onde encontrar um pastor que zele por eles, buscam refúgio aqui. Definitivamente a Palavra não necessita de mais gente assim.

Mas, se o seu desejo é ser pastor segundo o coração de Deus, como o Senhor Jesus nos ensina, se desejar tomar deste cálice, movido pelo amor a Deus e por amor as almas que estão desnorteadas, como ovelhas sem pastor, então venha e o Senhor o abençoará, capacitará, e lhe revelará alegrias inefáveis e coisas grandes e firmes que você jamais imaginaria. E, se assim o for, desde já conte com as nossas orações e humildemente nos colocamos como seus intercessores perante o Senhor.

Não se deixe levar pela ansiedade. Se o seu chamado for mesmo de Deus, Ele mesmo abrirá todas as portas.

Que o Senhor lhe conserve no Caminho,

Um forte abraço,

Pr. Denilson Torres

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